Um breve contexto
O interesse pela “arte de falar” e pelo desenvolvimento de estratégias voltadas para o que podemos grosseiramente chamar de “correção da fala” têm origens relativamente remotas, desde a Grécia antiga. No entanto, o foco dado à comunicação humana na antiguidade tinha um caráter notadamente restrito, por se limitar ao campo da expressão pela fala no contexto público (i.e., a oratória). A “fala/discurso” (logos) era considerada por muitos uma habilidade divina, dom que flui da alma, e as desabilidades eram vistas como algo a ser erradicado, o que implicava, muitas vezes, na exclusão do sujeito da comunidade [i]. Levariam muitos anos para que uma mudança de paradigma ocorresse em relação à forma com a qual os distúrbios da comunicação (dentre outros distúrbios) eram vistos, e para que a Fonoaudiologia, como a conhecemos hoje, surgisse.
Assim como é a realidade para outras profissões, foi apenas no período Pós-Segunda Guerra Mundial que a Fonoaudiologia ou "Speech-Language Pathology and Audiology" passou a assumir uma identidade mais “técnico-científica”, se beneficiando dos recentes avanços científicos e o desenvolvimento de procedimentos padronizados de avaliação da atividade cerebral, como em resposta à grande demanda por reabilitação de soldados que voltavam da guerra nos Estados Unidos da América [ii]. Os avanços nos estudos linguísticos durante as décadas de 60 e 70 também seriam cruciais para a consolidação de importantes bases teóricas. Foi nesse período, por exemplo, que modelo “fonte-filtro" [iii] de produção da fala foi introduzido, amplamente difundido até os dias atuais.
No contexto nacional, apesar de idealizações da profissão terem ocorrido muitos anos antes (em meados da década de 1930), a profissão só foi oficialmente regulamentada em 09 de Dezembro de 1981, duas décadas após o início do ensino da Fonoaudiologia no Brasil, iniciado nos anos 60 com a criação dos cursos da Universidade de São Paulo - USP em 1961 e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUCSP em (1961). A Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia – SBFa, por sua vez, seria fundada em 1989, durante o primeiro Congresso Internacional de Fonoaudiologia [iv].
É inquestionável que o decorrer dos anos projetariam ainda mais a Fonoaudiologia no cenário Brasileiro, o que também foi acompanhado por uma ampliação do seu mercado de trabalho e esfera de atuação. Uma das razões para tal projeção — para além dos incansáveis esforços da categoria, tem como base o próprio objeto sobre o qual o Fonoaudiólogo se debruça: a comunicação humana, ou em termos mais específicos, a saúde da comunicação humana, em todas as suas modalidades (i.e., oral, escrita, gestual, assistiva/suplementar). Um objeto tão vasto justificaria a inserção do profissional em diferentes frentes de atuação, e.g., clínica-terapêutica, educacional, hospitalar, ocupacional, pesquisa; bem como em diferentes ciclos da vida, da primeira infância à senescência.
No que diz respeito à formação em Fonoaudiologia no Brasil, essa é marcada pela pluralidade, por se fundamentar e dialogar com distintas áreas do conhecimento, a exemplo da medicina, psicologia, linguística, educação, o que caracteriza a interdisciplinaridade da formação e do fazer fonoaudiológico. Dentre as disciplinas inseridas na vasta matriz curricular do curso, pode-se mencionar aquelas de cunho mais geral, a exemplo da Anatomia, Fisiologia, Biologia Humana, Física Acústica, Biofísica, Neurologia, Linguística, Psicologia do Desenvolvimento, Ética, Embriologia, Genética, Metodologia da Pesquisa Científica; e disciplinas de cunho mais específico, a exemplo da Audiologia Clínica, Audiologia Educacional, Aquisição da Linguagem oral e escrita; Distúrbios da Comunicação Humana, Desenvolvimento da Linguagem, Distúrbios de Leitura e Escrita, Motricidade Orofacial, voz, entre outras (cf. [v], [vi]).
Em contraste a alguns países, em que uma divisão clara entre o Fonoaudiólogo Terapeuta (Speech-Language Pathologist ou Terapeuta da Fala) e o profissional Audiologista (Audiologist) é estabelecida (e.g., Estados Unidos, Austrália, Suécia, Portugal), no Brasil, estas duas instâncias foram integradas, conferindo ao profissional uma formação ainda mais abrangente e possibilidades de atuação mais diversas. Apesar do que pode ser inferido pelo próprio nome da profissão, de que o profissional Fonoaudiólogo é aquele que se interessa por aspectos da produção da fala (fono), da audição (audio), e os seus respectivos estudos (logia) – como difundido pelo senso comum, a atuação do Fonoaudiólogo não se limita a tais esferas.
Especialidades da Fonoaudiologia
Atualmente, o Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa) reconhece 13 especialidades ou áreas de competência do Fonoaudiólogo, todas elas com suas respectivas resoluções, a saber: Linguagem; Audiologia; Motricidade Orofacial; Disfagia; Voz; Saúde Coletiva; Fonoaudiologia Educacional; Gerontologia; Fluência; Neuropsicologia; Fonoaudiologia Neurofuncional; Fonoaudiologia do Trabalho; Perícia em Fonoaudiologia. O título de especialista nessas respectivas áreas são outorgados pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia e tem validade de 5 anos, podendo ser renovado [vii].
Competências Fonoaudiológicas
No âmbito das competências em Fonoaudiologia podemos destacar algumas ações/práticas, dentre as quais [viii]:
Avaliação
Compreende a realização de entrevista (anamnese) com o objetivo de se explorar a história clínica do paciente, visando traçar uma conexão clara entre a queixa apresentada e possíveis fatores relacionados; a realização de exame clínico e/ou comportamental dentro das diferentes áreas/especialidades da Fonoaudiologia, com o apoio de protocolos de avaliação específicos cientificamente validados. O encaminhamento a outros profissionais para a realização de avaliações complementares, quando necessário, também fazem parte da rotina.
Diagnóstico
O diagnóstico fonoaudiológico fundamenta-se na análise sistemática da avaliação do quadro clínico do paciente, com base em todas as informações/evidências coletadas. É nesse momento que algumas condutas são propostas, quer seja de indicação para a terapia fonoaudiológica e/ou de encaminhamento para outras especialidades. Uma abordagem transdisciplinar, caracterizada pela diálogo e o entrelaçamento entre diferentes áreas do conhecimento, é de fundamental importância no diagnóstico clínico, especialmente nos quadros mais complexos em que um diagnóstico diferencial se faz necessário.
Habilitação/Reabilitação
Diz respeito à realização da terapia fonoaudiológica propriamente dita, processo que compreende a seleção, indicação e aplicação de métodos, técnicas e condutas terapêuticas de acordo com as necessidades de cada caso clínico. Nesse sentido, é possível pensar o terapeuta como aquele que caminha na intersecção entre a teoria e a prática; essa última dimensão marcada por aspectos e desafios particulares, como da interação entre fatores de ordem social, cultural, psicológica, econômica, estrutural, entre outros.
No âmbito da habilitação fonoaudiológica, pode-se mencionar, por exemplo, o processo de adaptação de aparelhos de amplificação sonora individual (AASI), sendo uma atribuição do Profissional Fonoaudiólogo a avaliação, seleção, adaptação e acompanhamento do uso das órteses e de tecnologias assistivas de audição.
Orientação
Parte crucial na atuação fonoaudiológica, a orientação consiste no aconselhamento de pacientes, pais, familiares, responsáveis; no esclarecimento acerca dos objetivos, potencial e limites da terapêutica proposta; na exemplificação/ilustração de como executar técnicas e atividades; na explicitação das bases anatômicas e fisiológicas dos sistemas envolvidos ou de competências linguísticas e cognitivas envolvidas em uma determinada tarefa, e o esclarecimento de eventuais dúvidas. Uma adequada orientação voltada para a especificidade de cada caso está na base de uma maior aderência e engajamento do paciente/família/responsável no processo terapêutico, repercutindo no seu sucesso.
Monitoramento
O monitoramento do processo terapêutico visa a verificação dos avanços no caso clínico, a efetividade e as limitações das condutas adotadas, a comparação de resultados, a mensuração de riscos e adequação de condutas. É com base no monitoramento fonoaudiológico que estratégias, métodos e técnicas podem ser revistos, discutidos e, se necessário, repensados.
Aprimoramento
É bastante comum e talvez natural pensar que atuação do Fonoaudiólogo se restringe ao domínio do "patológico" ou da disfunção, no entanto, tal concepção é um equívoco. A Fonoaudiologia possui um papel crucial no aprimoramento da competência comunicativa em diferentes domínios, no canto, na atuação, no telejornalismo, na comunicação pública e até mesmo no universo corporativo. A demanda por assistência fonoaudiológica com o foco no aprimoramento de habilidades/competências comunicativas tem se intensificado ainda mais na atualidade, marcada pela emergência por uma comunicação eficiente e assertiva.
O aprimoramento vocal voltado para os profissionais da voz, a exemplo de cantores, atores, jornalistas e professores, tem também como finalidade a prevenção de possíveis lesões vocais em decorrência do mal uso e/ou de sobrecargas vocais. Para tanto, cabe também ao Fonoaudiólogo a análise, e quando necessário, a averiguação, das condições ambientais de uso da voz, com uma especial atenção às características acústicas do ambiente e de possíveis fatores agravantes (e.g., altos níveis de ruído sonoro, uma amplificação sonora inexistente ou ineficiente, a ausência de retorno acústico, etc.). A partir desse acompanhamento, estratégias que visem a integridade e a preservação da saúde vocal do profissional da voz podem ser propostas e adotadas.
Pesquisa
A formação interdisciplinar do Fonoaudiólogo, fundamentada numa compreensão abrangente acerca da natureza da comunicação humana e de suas bases (e.g., anatomo-fisiológica, linguística, psicológica) representa um importante diferencial e justificam a inserção do profissional em diferentes instâncias da pesquisa científica: da concepção e execução de projetos de investigação à popularização dos conhecimentos gerados junto à comunidade acadêmica e à sociedade.
É mediante a realização de pesquisas científicas, caracterizadas por um adequado desenho metodológico e minucioso controle de variáveis, coleta e análise de dados, tratamento estatístico, verificação de hipóteses com uma especial consideração da literatura especializada que, métodos, técnicas, abordagens e alternativas terapêuticas podem ser propostas, apreciadas e possivelmente adotadas, sejam estas de caráter avaliativo e/ou interventivo.
Perícia
A “Perícia Fonoaudiológica” é uma especialidade consideravelmente nova, tendo sido reconhecida pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa) e oficializada em 22 de outubro de 2020 [ix]. Contudo, tal oficialização ocorreu após anos de contribuição da categoria no âmbito pericial voltado aos aspectos da comunicação humana.
Estão no escopo da atuação fonoaudiológica em perícia a realização de exames e laudos periciais dos aspectos da comunicação humana (e.g., voz, audição, linguagem oral e escrita), a emissão de parecer técnico, a realização de exames admissional, demissional ou de desvio de função do periciado, a análise da capacidade laborativa, a participação em audiências judiciais, esclarecendo questões pertinentes às áreas de estudo da Fonoaudiologia, entre outras funções (cf. [ix]).
Um exemplo clássico da atuação do Fonoaudiológo no campo pericial diz respeito à tarefa de comparação e caracterização de locutor no contexto forense, a partir da análise e confronto de uma ou mais amostras desconhecidas, denominada de amostra de fala “questionada”, com uma ou mais amostras de origem conhecida, denominada de amostra de fala “padrão”. Para tanto, uma sólida formação em Fonética e em Fonética Acústica se faz imprescindível, além de conhecimentos elementares acerca da seleção e execução de testes estatísticos.
O entendimento acerca da forma com a qual certos parâmetros fonético-acústicos podem ser afetados por diferentes formas de degradação sonora, a exemplo do ruído externo [x], do efeito do filtro telefônico [xi], da compressão de áudio [xii], é também de elevada importância para a condução de uma análise consistente.
Outras competências
Dentre outras competências fonoaudiológicas pode-se mencionar: a realização de diagnósticos situacionais (visando a definição de estratégias para implantação de políticas públicas), o ensino, o desenvolvimento de ações de saúde coletiva, a administração de recursos humanos, financeiros e materiais.
É inquestionável que o contexto pandêmico introduziu novos desafios à forma como vivemos e estabelecemos relações interpessoais. Tais desafios também se estendem a atuação do Fonoaudiólogo enquanto profissional da saúde. Diante das recentes transformações impostas pelo cenário de calamidade de Saúde Pública, uma modalidade relativamente recente tem se popularizado e ganhado ênfase, a “Telesaúde”. Em resposta a essas transformações e às demandas do contexto atual, a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia publicou recentemente algumas diretrizes de boas práticas em “Telefonoaudiologia” [xiii], com o objetivo de fornecer informações para auxiliar o Fonoaudiólogo a adaptar-se a essa nova modalidade. Tal adaptação representa um exemplo claro de como a incorporação de novas competências é também resultado do contexto histórico-social no qual nos inserimos.
Material complementar
Para um maior aprofundamento no tema, recomenda-se a leitura do primoroso texto (verbete) das Profa. Zuleica Camargo e Aline N. Pessoa-Almeida para a LBASS intitulado “Fonoaudiologia: perfil do profissional e história da disciplina”, no qual outros aspectos relacionados à profissão são apresentados.
Links:
[i] https://www.acsu.buffalo.edu/~duchan/new_history/ancient_history/greece.html
[ii] https://hsl.lib.unc.edu/speechandhearing/professionshistory
[iii] http://my.ilstu.edu/~jsawyer/resonancesoftchalk/resonancesoftchalk7.html
[iv] https://www.fonoaudiologia.org.br/historia-da-fonoaudiologia/
[v] https://uspdigital.usp.br/jupiterweb/listarGradeCurricular?codcg=5&codcur=5063&codhab=0&tipo=N
[vi] https://www.pucsp.br/sites/default/files/download/graduacao/cursos/fonoaudiologia/matriz_curso_fonoaudiologia.pdf
[vii] https://www.cffa.ml/wp-content/uploads/2019/11/res-454-2015-titulo-especialista-site1.pdf
[viii] https://www.cffa.ml/wp-content/uploads/2019/09/areas-de-competencia-do-fonoaudiologo-2007.pdf
[ix] https://www.fonoaudiologia.org.br/resolucoes/resolucoes_html/CFFa_N_584_20.htm
[x] http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/anais_coloquio/article/view/6155
[xi] http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/anais_coloquio/article/view/9903
[xii] https://www.jvoice.org/article/S0892-1997(20)30433-1/fulltext
[xiii] https://www.fonoaudiologia.org.br/comunicacao/diretrizes-de-boas-praticas-em-telefonoaudiologia-volume-1/
Perspectiva histórica acerca da profissão
http://www.acsu.buffalo.edu/~duchan/history.html
Conteúdo disponibilizado pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa):
Respostas para dúvidas frequentes na área da Linguagem
https://www.sbfa.org.br/portal2017/themes/2017/faqs/faq_linguagem.pdf
Respostas para dúvidas frequentes na área de Disfagia
https://www.sbfa.org.br/portal2017/themes/2017/departamentos/artigos/materiais_24.pdf
Respostas para dúvidas frequentes na área de Voz
http://www.sbfa.org.br/portal/pdf/FAQs%20em%20Voz%202009.pdf
Respostas para dúvidas frequentes na área de Fonoaudiologia Educacional:
https://www.sbfa.org.br/portal2017/themes/2017/departamentos/artigos/materiais_23.pdf
Respostas para dúvidas frequentes na área de Motricidade Orofacial:
https://www.sbfa.org.br/portal2017/themes/2017/departamentos/artigos/resolucoes_54.pdf
E-books gratuitos disponibilizados pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa):
https://www.sbfa.org.br/portal2017/e-books
A atuação da Fonoaudiologia na educação:
https://www.fonoaudiologia.org.br/wp-content/uploads/2019/09/documentofonoaudiologianaeducacao-1.pdf
Sobre algumas especialidades da Fonoaudiologia
Marchesan, I.Q.; SILVA, H.J,; TOMÉ, M.C. (Org.). (2014). Tratado das especialidades em fonoaudiologia. Rio de Janeiro: Roca.
Bases da análise Fonético-Acústica
Barbosa, P. A.; Madureira, S. (2015). Manual de fonética acústica experimental: aplicações a dados do português. São Paulo: Cortez Editora.
KENT, Ray D.; READ, Charles. (2015). Análise acústica da fala. São Paulo: Cortez Editora.
Sobre a Fonética Forense (comparação forense de locutor)
Barbosa, P.A.; Cazumbá, L.A.F; Constantini, A.C.; Machado, A.P.; Passetti, R.R.; Sanches, A.P. [Org.] (2020). Análise Fonético-Forense: em tarefa de Comparação de Locutor. Campinas: Millennium Editora.
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Sobre a coleta/gravação de dados orais
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